Desde há um tempinho estamos a preparar uma nova migração. Já estivemos em Ponte-Vedra, em Barcelona e mesmo em Málaga. Agora olhamos ao Porto, no país de Camões, onde meu irmão leva já uns anos morando. ††

No Miradouro, mirando o Douro.

Por esta razão eu recuperei o meu galego escrito e falado. Agora na casa, ainda que não sempre somos quem de o fazer, falamos galego e isto fijo-me investigar o estado da questão da língua na Galiza.

Erroneamente, quando marchamos de Ferrol cara Málaga, tinha avaliada a situação do galego como boa. Digamos que a gente falava cada vez mais sunteiro, cada vez mais castelhanizado, mas que falava esse galego RAG e a língua RAGlega não perdia falantes.

Carmen numa porta do Porto.

Não podia ser mais diferente. Pola contra, o galego chegara já a ser a segunda e não a primeira língua da Galiza. Por primeira vez em séculos. E ainda por riba, à perda de falantes tínhamos que adicionar uma perda geral de qualidade, pois o galego enchia-se de castelhanismos (ainda mais) e quase chegava a ser de facto um dialecto do espanhol em muitas das falas populares. Mesmo lugares como a Ilha de Arousa, onde eu pudem experimentar por vez primeira a imersão linguística em galego, já era território plenamente castelhanizado.

Assim, a este interesse original pola língua galega como caminho para entrar no português, foi-se engadindo um tema de identidade. Também fomos mirando vídeos e ouvindo podcasts portugueses para conhecer mais… e basicamente tivemos a sensação de estar a aperfeiçoar o nosso galego.

A sé do Porto.

Eu dei-me de conta de que passei muito tempo a falar castelhano só, e mesmo chegamos a fazer publicidade dos nossos cursos só em castelhano, algo que nunca fazíamos. Sabida a situação real da nossa língua hoje, penso que é o momento de mudar muitas cousas e dar-lhe mais protagonismo ao galego. Mesmo passar a escrever neste o meu blogue (e outros) em galego. Que se finalmente já não há “mil primaveras mais” não seja pola minha culpa.

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